segunda-feira, 20 de abril de 2009

Prazer

É uma tormenta
sem direção,
é o caos em plena ação,
é um mergulho na paixão...

É a visão do paraíso,
é a poesia com sentido,
é a energia concentrada,
é a alma sendo levada...

É a emoção em movimento,
é um pulo no precipício,
é tudo aquilo almejado,
calado, secreto e roubado...

É o fim, e o começo
Somos nós dois em um,
Um êxtase inigualável,
Como um cavalo indomável.

(minha autoria)
Fernando Pessoa - É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, é comparado a Camões. Teve uma vida discreta, atuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterônimos.

O Andaime

"O tempo que eu hei sonhado
Quantos anos foi de vida!
Ah, quanto do meu passado
Foi só a vida mentida
De um futuro imaginado! "

domingo, 12 de abril de 2009

Ser...

Sou de morte,
da sorte, do vento do norte,
das luas e estrelas, do céu
de tantas maneiras...

Sou sua, sou minha,
sou a erva daninha,
sou alegria e beleza,
suavidade e delicadeza.

Sou forte, sou frágil,
sou fogo impagável,
sou tantos e nenhum,
sou momentos, sou comum.

Louca, desvairada,
equilibrada, centrada,
Sou como sou,
mas sou o que vês!

(minha autoria)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Edgar Allan Poe: Escritor americano. Conhecido em todo o mundo sobretudo por seus contos de mistério e terror.

SILÊNCIO

Há qualidades incorpóreas, de existência
dupla, nas quais segunda vida se produz,
como a entidade dual da matéria e da luz,
De que o sólido e a sombra espelham a evidência.

Há pois, duplo silêncio; o do mar e o da praia,
do corpo e da alma; um, mora em deserta região
que erva recente cubra e onde, solene, o atraia
lastimoso saber; onde a recordação

O dispa de terror; seu nome é "nunca mais";
E o silêncio corpóreo. A esse, não temais!
Nenhum poder do mal ele tem. Mas, se uma hora

Um destino precoce (oh, destinos fatais!)
Vós levar as regiões soturnas, que apavora
sua sombra, elfo sem nome, ali onde humana palma

Jamais pisou, a Deus recomendai vossa alma!

terça-feira, 31 de março de 2009



Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Pablo Neruda

(esse poema foi enviado por Carla Patrícia)

domingo, 29 de março de 2009

Quem é você?

Quem é você?
O que diz, fala, sente,
sofre, chora, rir?
Quem é você?
O que representa,
aparenta, comenta?
Quem é você?
A palavra, o sentimento,
o momento, o tormento?
É chuva, vento, tempestade...
É bondade e maldade,
É amor, felicidade e
verdade!
Sou eu, ou todos nós?

(minha autoria)

A Poesia em sua plenitude!!!


Pablo Neruda - Neftalí Ricardo Reyes Basualto - nasceu em Parral, no Chile, em 12 de julho de 1904. O nome Pablo Neruda, que adotara como escritor, tornou-se seu nome oficial em 1946.

" De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo."

(do "Poema 20" de "Veinte poemas de amor y una canción desesperada)

sexta-feira, 27 de março de 2009

A Noite

A noite com seus mistérios...
Vislumbra temor, horror,
Sombria, envolvente, arrepiante,
Incessantemente grande...

Sedução escura, profunda,
Abismo da reflexão,
Dos pensamentos vis, da ilusão;
Do amor pecaminoso, ardoroso...

A noite cai e recai...
Todos os dias, horas,
Pra muitos demora,
Pra outros não tem hora...

Quando ela chega tudo acontece,
Devagar ou apressada,
Ela sempre virá,
O problema é esperar...

(minha autoria)

Uma mulher a frente do seu tempo!


Em 1920 nasce Clarice Lispector, em Tchetchelnik na Ucrânia, no dia 10 de dezembro, tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Ela nasceu durante a viagem de emigração da família para à América. Seu pai propôs a mudança de nome, então de Haia passou a ser Clarice. Ela estudou piano, hebraico e iídiche. Em 1930 escreve uma peça de teatro em 3 atos. Em 1942 escreve seu primeiro romance: "Perto do Coração Selvagem", daí por diante, não parou mais.

Algumas citações:

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca".


"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,Depende de quando e como você me vê passar".



"...Que minha solidão me sirva de companhia.que eu tenha a coragem de me enfrentar.que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo".


Tudo é o olhar (leiam também de baixo pra cima)


Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

terça-feira, 24 de março de 2009

Serenata(Cecília Meireles)

Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.

Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silêncio,
e a dor é de origem divina.

Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.


CREDO(Elisa Lucinda)

De tal modo é,
que eu jamais negá-lo poderia:
sou agarrada na saia da poesia!

Para dar um passeio que seja,
uma viagem de carro, avião ou trem,
à montanha, à praia, ao campo,
uma ida ao consultório
com qualquer possibilidade, ínfima que seja, de espera,
passo logo a mão nela pra sair.

É um Quintana, uma Adélia, uma Cecília, um Pessoa
ou qualquer outro a quem eu ame me unir.

Porque sou humano e creio no divino da palavra,
pra mim é oráculo a poesia!
É meu tarô, meu baralho, meu tricô,
meu I Ching, meu dicionário, meu cristal clarividente, meus búzios,
meu copo com água, meu conselho, meu colo de avô,
a explicação ambulante para tudo o que pulsa e arde.

A poesia é síntese filosófica, fonte de sabedoria e bíblia dos que,
como eu, crêem na eternidade do verbo,
na ressurreição da tardee na vida bela.
Amém!

(Essas duas poesias foram enviadas por uma grande amiga: Danielle Ponce de León)

domingo, 22 de março de 2009

Adeus

Te conheci
Me apaixonei
Tantas histórias,
Tantas memórias,
Hoje sei,
Você foi quem mais amei!

Uma imperfeição de detalhes,
Retalhos de todos os lugares,
Vividos e revividos, sonhados e desejados,
Lembranças de tudo que foi sentido
Num tempo tão bonito
Onde tudo era tão colorido

A chama não apagou
O tempo passou
Aqui estou
Você já não existe mais
Porém, não acabou
Está mais vivo o amor

A nossa história se eternizará
Pra sempre vamos estar
Um com outro no pensar
No sentir, no lembrar,
Tudo isso aconteceu
No instante de um adeus

(minha autoria)

A vida é...

A vida é...
tudo aquilo que pensamos,
sonhamos,
desejamos,
tentamos...

Complexa na sua simplicidade,
Verdadeira na sua realidade,
Fascinante nas suas histórias,
Sentida na sua essência,
Rica na sua vivência...

A vida é...
Tudo aquilo que sabemos,
aprendemos,
amamos,
sofremos...

Leve na sua alegria,
Intensa na sua dor,
Afavél pelo seu calor,
Doce na sua paixão,
E iluminada pelo amor!

(minha autoria)

Um revolucionário



Vladimir Maiakovski foi o maior poeta russo moderno, seus poemas são marcados pela invenção, seu lema era: "sem forma revolucionária não há arte revolucionária", é um dos raros poetas que fez poesia e manteve a criatividade.


Dedução


Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.


Em Lugar de uma Carta (o trecho que mais gosto)

...nenhum som me importa
afora o som do teu nome que eu adoro.
E não me lançarei no abismo,
e não beberei veneno,
e não poderei apertar na têmpora o gatilho.
Afora
o teu olhar
nenhuma lâmina me atrai com seu brilho